quinta-feira, 6 de julho de 2017

Homem-Aranha: De Volta ao Lar

Direção: Jon Watts
Roteiro: Jonathan Goldstein, John Francis Daley, Jon Watts, Christopher Ford, Chris McKenna, Erik Sommers
Elenco: Tom Holland, Michael Keaton, Marisa Tomei, Robert Downey Jr., Jon Favreau, Jacob Batalon, Laura Harrier, Zendaya

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Yo! How's it going?

Comecei este blog anos atrás falando sobre "O Espetacular Homem-Aranha". Meu carinho e envolvimento com o personagem foram decisivos em minha escolha, e não havia melhor forma de começar um blog sobre cinema, literatura e quadrinhos do que discutir o que era, na época, o filme mais recente do super herói mais importante da minha infância, adolescência e até mesmo idade adulta. Hoje, apesar de não dispor de muito tempo para a
bastecer o blog como antes, forcei-me a encontrar um tempinho para falar sobre a terceira versão do Teioso nos cinemas, agora devidamente integrado ao MCU (Marvel Cinematic Universe) através de seu novo longa, Homem-Aranha: De Volta ao Lar. 

Plano de fundo: Peter Parker (Tom Holland) não é apenas um aluno do segundo ano do ensino médio. Além de seus estudos e obrigações perante sua tia May (Marisa Tomei), o jovem aspira voos muito maiores: dentre eles o sonho de se tornar um dos Vingadores e usar seus poderes para proteger o mundo de qualquer grande ameaça por vir. O que o garoto não sabe, contudo, é que a estrada para que ele vire o herói que deseja é muito mais árdua do que o imaginado, e seu primeiro grande teste será enfrentar Adrian Toomes (Michael Keaton), uma vítima injustiçada do rastro de destruição dos Vingadores que age como contrabandista de tecnologia alienígena desde a Batalha de Nova York. 

Papum: Sempre fico apreensivo quando o tópico é um novo filme do Homem-Aranha. Afinal, as últimas três experiências que tivemos com o Cabeça-de-Teia nas telonas se provaram por vezes frágeis, outras vezes confusas e, em alguns instantes, simplesmente ridículas. Assim sendo, uma boa dose de calma foi necessária ao encarar o projeto da Sony em parceira com os Estúdios Marvel, o que certamente garantiu que De Volta ao Lar tivesse um bom respiro para encontrar seu próprio caminho. 

Se o director Jon Watts vinha declarando há meses que as comédias adolescentes oitentistas de John Hughes seriam a maior inspiração por trás do filme, isso fica muito claro desde o início. Além de divertidas, todas as cenas dentro do colégio ajudam a construir o ótimo relacionamento de Peter com Ned (Jacob Batalon), e a dupla abusa de uma química poucas vezes vista no cinema entre um super herói e seu ajudante. Da mesma forma, Michelle (Zendaya) surge com força e sagacidade ao ser a presença feminina que está sempre a orbitar a dupla, dando diversos indícios de que será melhor desenvolvida ao longo da saga. Fica por conta do experiente Michael Keaton, então, contrabalancear essa juventude e leveza ao representar uma ameaça maior do que qualquer coisa que Peter enfrentou até o momento, e as motivações que levam seu personagem, Adrian Toomes, ao mundo do crime são simples, efetivas e sólidas. Ponto para a equipe criativa do projeto, que soube fazer de um vilão difícil de ser trabalhado nos quadrinhos um dos antagonistas mais reais do Universo Marvel nos cinemas.

Contando com um senso de humor tão sagaz quanto às vezes ingênuo, Tom Holland é, sem sombra de dúvida, o ator que mais carrega o espírito do Peter Parker que crescemos lendo nos quadrinhos. Sua bondade e otimismo constantes não o tornam socialmente estranho e boçal como o Peter de Tobey Maguire, ao mesmo tempo em que sua agitação e ironia não fazem dele o personagem cool e desconfortavelmente ácido de Andrew Garfield. A mistura funciona, apresentando-nos um protagonista ainda inseguro, mas muito motivado por seu senso de dever para realizar seus atos altruístas de heroísmo.

Para quem esperava (ou temia) que Tony Stark (Robert Downey Jr.) pudesse roubar a cena, é uma pena (ou alívio, no meu caso) dizer que o personagem é limitado a participações pontuais que servem única e exclusivamente para auxiliar o desenvolvimento de Peter em sua jornada. Obviamente, muitas risadas continuam a seguir sua personalidade caristmática, enriquecida agora por um novo sentido de responsabilidade para com seu menino prodígio. O resultado funciona bem dentro do Universo Marvel estabelecido nos cinemas, o que deve acalmar os nervos dos fãs mais conservadores ou xiitas do aracnídeo por aí.

Em meio a tantas inovações bacanas (ponto para o novo uniforme), dinamismo e bom humor, alguns cortes estranhos e montagens apressadas não comprometem a apreciação do filme. O que pode incomodar um pouco é a falta de gravidade nos movimentos feitos pelo herói em suas cenas de computação gráfica, o que havia sido um dos grandes acertos dos filmes de Marc Webb e suas sequências aéreas belíssimas de serem contempladas. Por outro lado, a diversidade na montagem do elenco mostra uma preocupação grande do estúdio em realmente fazer do Homem-Aranha o Amigão da Vizinhança, aquele que não está rodeado por deuses ou seres cósmicos, mas sim pessoas comuns como eu e você. A releitura, eficaz e necessária, escorrega apenas em subestimar o apego que os fãs dos quadrinhos têm com certos nomes e características marcantes de seus personagens - o que seria facilmente contornável se, em vez atirar nomes conhecidos no liquidificador, os roteiristas houvessem demonstrado mais coragem ao criar simplesmente novos personagens que são, sim, muito bem-vindos ao rico e diverso mundo de um dos super heróis mais populares do planeta.  

Agora 'nuff said. O que vocês acharam da nova aventura do Homem-Aranha? Estão animados com os novos prospectos para o Teioso? Deixem seu comentário e até mais!  

  
In a nutshell:

- Homem-Aranha: De Volta ao Lar -
Thumbs Up: senso de humor jovial e dinâmico; excelente química entre o elenco; trama simples, direta e coerente; ótimos arcos de desenvolvimento tanto do herói quanto do vilão; Tom Holland e seu espírito leve e otimista; trilha sonora animada e mais do que condizente com o filme; cenas de ação inventivas;
Thumbs Down: conexões forçadas entre nomes dos quadrinhos e suas novas representações; efeitos visuais por vezes pouco inspirados;

domingo, 21 de maio de 2017

Rei Arthur: A Lenda da Espada

Direção: Guy Ritchie
Roteiro: Guy Ritchie, Lionel Wigram, Joby Harold
Elenco: Charlie Hunnam, Jude Law, Eric Bana, Djimon Hounsou, Àstrid Bergès-Frisbey

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Yo! How's it going?

Embora tenha deixado de abastecer este blog há bastante tempo, por vezes encontro assuntos que simplesmente não posso deixar passar, como é o caso do tópico desta postagem. Levando em conta os anos de pesquisa, viagens e estudos sobre literatura e história arturiana e celta para a produção do meu novo livro, Alec Dini e o Vórtice do Tempo, senti que deveria retornar à página Streampunk para comentar o filme Rei Arthur: A Lenda da Espada.

Plano de fundo: Quando o rei Uther Pendragon (Eric Bana) usa a espada Excalibur para derrotar o feiticeiro Mordred, todos pensam que a Inglaterra enfim terá seu período de paz. No entanto, o irmão mais novo do rei, Vortigern (Jude Law), tem seus próprios planos para o futuro do reino e, em um ato de traição empoderado por magia negra, livra-se de Uther e sua esposa. O que Vortigern não consegue, contudo, é desfazer-se do pequeno Arthur (Charlie Hunnam), filho de Uther e único capaz de embanhar Excalibur para ameaçar seu longo reinado.

Papum: Tentarei ser o mais breve possível nesta resenha, mas confesso encontrar muita dificuldade em começar a teia de comentários que tenho para o filme. Primeira e sumariamente, então, abordarei o trabalho do diretor e roteirista britânico Guy Ritchie naquele que considero ciclo mitológico mais imporante para mim.

Dono de um currículo de prestígio popular pontuado por filmes como Snatch e Sherlock Holmes, Ritchie foi contatado pelos executivos da Warner Bros. para recriar e iniciar o que deveria ser uma franquia vindoura de filmes (especula-se seis) baseados nas inúmeras lendas e mitos de Artur e seus cavaleiros. A confiança no diretor era tamanha, na verdade, que Ritchie contou com a quantia colossal de $175 milhões para o orçamento do filme. O resultado, porém, soa como um verdadeiro insulto àqueles que gastaram mais do que algumas horas pesquisando nomes e trechos do acervo arturiano no Wikipedia; assim como àqueles acostumados ao padrão de qualidade arturiana de As Brumas de Avalon ou O Rei do Inverno, escritos por Marion Zimmer Bradley e Bernard Cornwell, respectivamente.

Adotando jogos de câmeras frenéticos aliados a uma tempestade de efeitos visuais, Ritchie deixa claro desde o início que estamos prestes a ver uma abordagem moderna disposta a transformar a lenda em um espetáculo de ação. Isso não seria problema algum, vejam bem, se o diretor não se desfizesse dos contextos cruciais que tornam Artur uma das histórias mais queridas e influentes do mundo ocidental. 

Esqueça qualquer origem celto-romana, galesa ou até mesmo cristã das primeiras menções literárias a Artur: estamos aqui diante de uma trama que, a não ser por algumas construções romanas em Londinium, não tem qualquer preocupação histórica ou simbólica para seu mundo, aproveitando-se de um vilão conhecido dos anais da história britânica como o rei Vortigern (um dos maiores responsáveis pela invasão anglo-saxônica na Grã-Bretanha) somente para torná-lo uma figura caricata cujos rituais mágicos lhe conferem poderes dignos de jogos de videogame. Ansioso por deixar sua própria assinatura na lenda, então, Ritchie faz o que há de pior em qualquer abordagem arturiana no cenário contemporâneo: em suas mãos, nomes como Mordred, Tristan, Bedivere e Percival viram apenas commodities usados sem qualquer aprofundamento ou personalidade desenvolvidos, como se sua presença pudesse agradar aos fãs da mesma forma como a participação especial do amigo do diretor, David Beckham. O resultado é uma horda de personagens vazios, artificialmente reunidos também pela iniciativa hollywoodiana de inclusão: há um chinês, um negro, um marroquino e uma mulher, o que seria ótimo caso não fossem todos marionetes tão desinteressantes quanto os amigos de Artur, cujos apelidos são a única coisa digna de menção, subvertendo os títulos de nobreza carregados pelos Cavaleiros da Távola Redonda.

Agora que chegamos a esse ponto, podemos destacar também a tentativa interessante de tornar Artur o herói do povo. Criado em um bordel, o jovem é um produto das ruas, o que ajuda a moldar uma personalidade marrenta que, apesar de tudo, guarda um grande sentido de justiça dentro de si. O grande problema, no entanto, é a contradição que isso causa: apesar de sua criação ligada ao proletariado de Londinium (maior razão para o personagem entender o sofrimento do homem comum), Artur só é capaz de embanhar Excalibur graças ao lado nobre de seu sangue, o que coloca em cheque o conflito inteiro. O herói do povo, como Ritchie tanto tenta demonstrar, não teria condições de ser herói algum sem sua linhagem, que é o verdadeiro elemento por trás do uso cartunesco de uma espada capaz de desacelerar o tempo, aumentar sua força física e tornar Charlie Hunnam um boneco medonho feito de computação gráfica enquanto as câmeras de Ritchie não sossegam. A estratégia deve funcionar com o público mais jovem, mas é bizarra para aqueles que acompanharam batalhas épicas medievais como a Batalha dos Bastardos em Game of Thrones. Pior do que isso, porém, é que ao fazer de Excalibur a arma suprema, Ritchie tira das mãos e da criação de Artur o verdadeiro motivo por trás de seu triunfo. 

Adoraria discutir a fundo diversos outros elementos do filme, mas ao final do longa, a impressão que tenho é de que Rei Arthur: A Lenda da Espada não é um filme para estudiosos ou entusiastas de mitologia ou história arturiana. Da mesma forma, o filme não deve agradar aqueles que gostam de realismo mágico ou simbolismo em histórias medievais, como aqueles propostos por Excalibur, dirigido por John Boorman em 1981. Em seu cerne, o longa de Ritchie pode agradar o espectador casual que busca ação, pancadaria, muitos efeitos visuais ou temáticas batidas de jogos de RPG; nenhuma delas capaz de tirar nos dados os números necessários para que a Warner cobrisse pelo menos metade dos gastos que teve com o filme até agora. A franquia de Ricthie, pelo que parece, não tem um centésimo do vigor que ajudou a preservar a imagem do rei Artur nos últimos quinze séculos do imaginário europeu. 

  
In a nutshell:

- Rei Arthur: A Lenda da Espada -
Thumbs Up: bela trilha sonora; paisagens incríveis da Grã-Bretanha, em especial do meu amado País de Gales; sequências de ação tiradas de jogos de videogames ou desenhos japoneses;
Thumbs Down: personagens rasos; enredo sem sentido; figurinos anacrônicos; excesso de efeitos visuais, na maioria das vezes de qualidade duvidosa; falta de simbolismo ou historicidade no conflito; sentimentalismo barato; sequências de ação tiradas de jogos de videogames ou desenhos japoneses;  

segunda-feira, 28 de março de 2016

Batman v Superman: A Origem da Justiça

Yo! How's it going?

Mesmo imerso em diversas outras atividades e projetos pessoais nos últimos tempos, simplesmente não resisti à tentação de escrever aqui no blog sobre Batman v Superman, o blockbuster do momento que tem levantado reações extremas do público e crítica Brasil afora. Let's face the music.

Plano de fundo: Dois anos após os eventos de Homem de Aço, o mundo inteiro ainda tenta decidir se Superman é alguém confiável ou não. Para o bilionário Bruce Wayne, no entanto, a resposta é muito simples. 

Convencido de que Superman é uma profunda ameaça à humanidade inteira, Bruce veste novamente o manto de Cavaleiro das Trevas em busca de uma maneira de deter a trilha de devastações deixada pelo kryptoniano. O que ele não sabe, contudo, é que há interesses muito maiores ditando cada um dos movimentos dos dois heróis, e a verdade é muito mais complexa do que qualquer um deles julga entender.  

Papum: Contando novamente com a direção de Zack Snyder (300, Homem de Aço), a Warner Bros. aposta suas fichas em um filme megalômano que tenta funcionar como uma sequência de Homem de Aço (2013), uma introdução ao Batman de Ben Affleck e também um prelúdio para o aguardado longa da Liga da Justiça (2017). E o problema talvez esteja justamente aí.

Diante de tantos objetivos e necessidades diferentes em um único projeto, Snyder faz um movimento arriscado em sua narrativa - ao tentar um distanciamento completo da fórmula repetitiva do Universo Marvel nos cinemas, o diretor dedica toda sua atenção ao tom e estética visual do grandioso projeto, parecendo completamente alheio ao roteiro desconexo de Chris Terrio e David S. Goyer - que sequer cogitam pensar que um pouco menos pudesse significar muito mais.

Estabalecendo competentemente a existência de Bruce Wayne e Batman dentro do universo apresentado em Homem de Aço, Snyder traz uma abordagem nova ao Morcegão que vai de encontro ao que os fãs sempre pediram. Dotado de uma complexidade física invejável, um uniforme incrível e artimanhas de combate tão brutais quanto impressionantes, Ben Affleck definitivamente convence na pele do herói sempre que está em ação. O problema jaz nos bastidores, quando suas habilidades investigativas falham miseravelmente em acompanhar o rumo da trama, colocando o Maior Detetive do Mundo em uma posição antagônica bastante irracional e por vezes figurante - será que o Cavaleiro das Trevas não saberia tudo sobre Clark Kent, tendo estudado Superman com tanto afinco? Por que é que o herói cairia em um plano tão anunciado quanto o de Lex Luthor, quando o mesmo já era alvo completo de sua desconfiança? Qual seria a real importância de Batman durante o confronto derradeiro do longa? Embora primárias, tais perguntas passam longe da lógica de estruturação da trama, preguiçosamente apoiada em nosso amor pelas várias facetas do personagem - sejam elas vindas dos quadrinhos de Frank Miller ou de jogos como a série Arkham ou Injustice, fontes de inspiração contínuas no longa que, verdade seja dita, funcionam muito bem.

Unidimensional desde sua película de estreia, o Superman de Henry Cavill não ganha novos dilemas em Batman v Superman. Sua função em Metrópolis ainda é controversa, e seu semblante continua quase sempre aborrecido. Ao invés de finalmente enxergarmos o personagem como ícone, somos continuamente lembrados de seus fracassos, ao ponto de sequer criarmos um laço humano mais forte com o personagem durante os momentos que não involvam sua mãe - ponto esse já explorado em Homem de Aço e oferecido como uma resolução emocional no mínimo questionável para um confronto que poderia ter sido evitado desde o começo com um bom diálogo. Se em Os Vingadores o quebra-pau dos desentendidos apenas iniciava o filme, aqui ele é explorado de modo central e exaustivo por quase duas horas de projeção, tempo no qual somos expostos muito mais aos defeitos e teimosias dos personagens do que às virtudes pelas quais deveríamos torcer. 

Outra novata no Universo DC, Gal Gadot faz uma boa aparição como Diana Prince, ainda que Goyer, Terrio e Snyder acorrentem sua presença a momentos de pouco planejamento: entre tentativas frustradas de criptografia, clipes explicativos de Youtube e um embarque cancelado por um noticiário de bordo, sua presença é parcialmente comprometida por um arco desestruturado e erroneamente cronometrado por Lex Luthor. Tais meios podem passar despercebidos por boa parte do público diante dos fins que trazem a majestosa heroína em ação, mas certamente aborrecem aqueles que se preocupam com um desenvolvimento coeso de sua trama.

Com tantos problemas de identidade assim, é natural identificarmos no Lex Luthor de Jesse Eisenberg outro ponto questionável do projeto. Embora competente em sua atuação, Eisenberg coloca o personagem muito mais próximo de um vilão do Homem Morcego do que da mente maquiavélica e calculista de sua contraparte em quadrinhos, mesmo que algumas de suas referências mitológicas consigam ludibriar parte do público. Analisadas com cautela, contudo, tais citações provam ser apenas um pouco de pancake para o velho ato do cientista enlouquecido pronto para criar sua arma acéfala de destruição em massa, completamente revelada pela infeliz campanha publicitária que reservou pouquíssimas surpresas aos espectadores que assistiram aos trailers nos últimos meses.

Em meio a tanto tumulto, temos ainda pesadelos nefastos, visões apocalípticas, mensagens intertemporais (ou interdimensionais?) e diversas menções nebulosas ao Universo DC que mais confundem do que preparam o espectador para o que vem por aí. Especular é legal, mas diante de tantos tiros no escuro, fica a impressão de que a equipe criativa da Warner, ainda incerta sobre o futuro do universo criado, traçou tantos alvos quanto pôde, torcendo para que um deles seja justamente o ponto que colocará nos eixos um dos universos fictícios mais fascinantes já criados, mas que precisa ser lapidado urgentemente.

Agora 'nuff said. Se você discorda de tudo que escrevi, como sei que discorda, deixe seus comentários e não leve  nenhuma das opiniões colocadas aqui para o lado pessoal. Debates devem servir como forma de entendimento, e não de brigas!

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In a nutshell:

- Batman v Superman: A Origem da Justiça -
Thumbs Up: ótimos conceitos visuais de impacto; presença marcante de Ben Affleck como o Cavaleiro das Trevas; Easter Eggs a rodo para os verdadeiros fãs do Universo DC dos quadrinhos; 
Thumbs Down: trama enrolada com motivações muitas vezes frágeis; resoluções sentimentais questionáveis; diálogos de efeito sem ritmo narrativo coeso; multiplicidade de objetivos; necessidade extrema de apresentação de conceitos futuros do Universo DC;  

    

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Novo livro - Alec Dini e o Vórtice do Tempo

Yo! How's it going?

Primeiramente, tenho um enorme pedido desculpas para registrar aqui. Há alguns anos, iniciei este blog com o intuito de levar até o público resenhas de filmes, livros e quadrinhos ainda pouco conhecidos pelo público brasileiro. O resultado foi extremamente positivo, e a experiência realmente agregadora. Mas então foi chegada a hora.

Resenhas e críticas são tarefas que envolvem tempo, pesquisa e talvez um pouco mais de tempo. Envolvido com a página Streampunk, percebi que me dedicava cada vez menos em criar algo que fosse de minha propriedade, deixando de lado a carreira literária com a qual tanto sonhava (e ainda sonho). Diante desse cenário, fui obrigado a fazer uma escolha: continuar a produzir material para o blog ou me afastar da página para avançar em minhas pesquisas e escrita. Como podem perceber, optei pela segunda opção.

Alguns anos se passaram e finalmente tenho algum tipo de novidade em relação ao assunto. Unindo os diferentes tipos de mitologia celta presentes no Reino Unido e na Irlanda, concluí recentemente a fantasia infantojuvenil Alec Dini e o Vórtice do Tempo, uma história de amizade e coragem repleta de aventuras, perigos e descobertas. O que resta agora, no entanto, é encontrar uma editora que se interesse no projeto.

Tentando encontrar modos de chamar a atenção de alguma editora ou agente literário que se interesse no projeto, desenvolvi uma página no Facebook denominada 'Além da Ilha Branca', onde pretendo revelar aos poucos algumas informações sobre o processo criativo por trás de Alec Dini e o Vórtice do Tempo. Espero que a página me auxilie na difícil tarefa que se inicia agora, e conto com a ajuda de todos para fazer com que a saga de Alec Dini se torne realidade.

Agora 'nuff said. Acessem www.facebook.com/alemdailhabranca e descubram mais sobre Alec Dini e o Vórtice do Tempo. Curtam, compartilhem e façam barulho para que o manuscrito enfim veja a luz do dia!

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

The Ill-Made Knight

Autor: T.H. White
Ano de publicação: 1940

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Yo! How's it going?

Depois de um certo tempo de ausência de postagens literárias aqui em Streampunk, retorno hoje com o terceiro livro da série "The Once and Future King", intitulado "The Ill-Made Knight". Quem não conhece o fabuloso trabalho de T.H. White nessa grande reinvenção das crônicas do Rei Arthur pode acessar meus textos sobre os dois primeiros livros da coleção, "The Sword in the Stone" e "The Witch in the Wood", para se inteirar mais sobre esse que é considerado um dos maiores trabalhos do gênero da fantasia já escritos.

Plano de fundo: Com a política do Rei Arthur de que força e justiça devem caminhar lado a lado e a existência da Távola Redonda estabelecida, o reino de Camelot prospera, assim como o restante da ilha britânica. Cruzando o mar, no entanto, o jovem Lancelot Dulac espera ansiosamente o dia em que poderá servir o grande rei, posição pelo qual treinara por toda a sua vida.

Uma vez em Camelot, o que contempla o jovem rapaz não é só amor por seu justo e incrível rei, mas sim pela rainha Guenever. O triângulo amoroso, contudo, está fadado a ter consequências que um dia hão de ironicamente clamar resultados terríveis das pessoas que Lancelot mais ama.

Papum: Com brilhantismo ímpar, mais uma vez T.H. White impressiona em sua reinvenção da mitologia arthuriana ao tratar dois dos mais importantes assuntos em todo o seu escopo: a traição de Lancelot e Guinever (aqui escrita Guenever) e a busca sagrada de Arthur e seus cavaleiros pelo Santo Graal. O resultado é mais uma vez tão profundo quanto divertido, construindo em seu desenrolar a teia de eventos que inevitavelmente leva Arthur à sua perdição.

Abrindo o livro com descrições da vida de Galahad Dulac (Lancelot) no castelo de Benwick, T.H. White nos apresenta a personagem como sendo um garoto feio e complexo, diferentemente da maioria das visões de Lancelot por grande parte de outros autores. Devoto à Deus e aos ideais de Arthur acima de tudo, Lancelot vive uma juventude de privações que tem como intuito transformá-lo no maior cavaleiro da Távola Redonda, mas que acaba por alimentar demônios internos que o garoto tenta suprimir a todo custo. Sua feiura e mente problemática o levam a se autointitular Le Chevalier Mal Fet (ou Cavaleiro Imperfeito), uma figura que merece ser vista com pena pelos outros até que consiga alcançar suas ambições. É com a visita de Merlyn à Benwick, então, que Lancelot é convidado à Camelot e prontamente nomeado Sir Lancelot, iniciando aí sua trajetória de glórias e desgraças intrinsecamente ligadas com a ascensão e queda de Camelot.

Em primeira estância, White constrói a relação entre Lancelot e Guenever baseada em ódio: Lancelot ama Arthur e rejeita sua jovem rainha, até pelo menos conhecê-la de verdade e se apaixonar perdidamente. Suprimindo seu sentimento, o cavaleiro parte em missões do reino que o levam até Elaine, criando aí o primeiro de uma série de obstáculos em seu caminho que contribuem para sua destruição mental até o ponto de ruptura. Não só Lancelot passa a noite com Elaine (traindo assim seu voto de celibato), como ao voltar à Camelot acaba por se relacionar com Guenever, sua maior paixão. Fraqueza e medo, porém, impedem o jovem de fugir com a rainha, tornando sua estada na corte fonte de muitas fofocas e especulações. White não se utiliza mais de anacronismo aqui, mas continua a fazer fortes referências ao trabalho de Sir Thomas Malory e dá uma camada de complexidade inteiramente nova a Lancelot e Guenever fazendo do cavaleiro uma figura contraditória imersa em conflitos pessoais e da rainha uma mulher impetuosa no ápice de sua juventude, causada aqui pelo que White descreve como falta do sétimo sentido: o entendimento do mundo, algo que adquirimos somente com o tempo. Entre as idas e vindas de Lancelot e acessos de fúria da rainha, a teia de eventos que levam o filho de Lancelot e Elaine à Camelot e os conflitos que o reino encontra fazem com que Arthur se dê conta que não é mais uma busca física que é necessária por sua corte, mas sim espiritual. Tendo tornado seu reino justo, justiça pessoal começa a imperar com a falta de entendimento do etéreo, fazendo o rei convocar seus cavaleiros para a busca do cálice guardado por José de Arimateia com o sangue de Jesus Cristo, o Santo Graal.

Narrando os eventos da missão sob certo distanciamento, White utiliza-se de Sir Lionel, Sir Gawain e Sir Lancelot para descrever como Galahad (filho de Lancelot), Percival e Bors são os únicos a alcançar o Santo Graal, levando Lancelot a crer que seu fracasso é uma punição divina por seus crimes, uma visão de fato interessante. Entre novas promessas de celibato, White relaciona a força de Lancelot com um interessante paradoxo: enquanto pecador, ninguém pode derrotá-lo. Reformado, o cavaleiro é desmontado inúmeras vezes, mesmo que sua devoção por Deus ainda o leve a rejeitar a rainha constantemente agora, depois de tantos anos de caso amoroso. Tais conflitos caminham por cenários comuns das lendas arthurianas (como a maçã envenenada e o sequestro de Guenever) e acabam por eventualmente consolidar a relação de Lancelot e Guenever em definitivo, abrindo o caminho que White deseja para começar a abordar a queda de Arthur em seu quarto livro, "The Candle in the Wind". Tudo isso é anunciado inclusive com a chegada do filho bastardo de Arthur, Mordred, abrindo planos promissores para o desenrolar da saga, que faço questão de abordar aqui posteriormente. Por esses motivos, "The Ill-Made Knight" mantém a coleção em um nível altismo de valor histórico e simbólico, fazendo dela uma peça muito importante a qualquer fã de fantasia que gosta de conteúdo.

Agora 'nuff said. Continuem a acompanhar o blog e até a próxima!

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In a nutshell:

- The Ill-Made Knight -
Thumbs Up: construção de Lancelot e Guenever complexa e perfeita; motivação da busca pelo Santo Graal reinventada de modo sólido; descrição efetiva do senso de cavaleria da corte; olhar singular dos mais marcantes acontecimentos de Camelot; referências à Sir Thomas Malory intercaladas com criatividade e olhar pessoal do próprio autor;
Thumbs Down: -----

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

The Unwritten Vol. 6 - Tommy Taylor and the War of Words

Autor: Mike Carey
Artistas: Peter Gross, Michael Kaluta, Rick Geary, Bryan Talbot, Gary Erskine, Gabriel Walta

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Yo! How's it going?

Deixando o blog completamente atualizado em relação à minha série de quadrinhos favorita na atualidade, hoje trago a vocês a postagem sobre o sexto e relativamente recém-lançado arco de "The Unwritten", igualando Streampunk ao ritmo de publicações da coleção nos EUA. Aqueles que ainda não conhecem as aventuras de Tom Taylor podem acessar a postagem que fiz sobre o primeiro volume do título, "Tommy Taylor and the Bogus Identity", para poder saber mais sobre a coleção que em breve chega ao Brasil pela editora Panini com o nome de "O Inescrito".

Plano de fundo: Convencido de seus poderes mágicos e ciente de como eles funcionam, Tom Taylor está cansado de fugir da Cabala e agora resolve enfrentá-la tête-à-tête. Para isso, Tom, Richie e Lizzie deverão localizar o quartel de operações da organização e invadi-lo em um ataque surpresa, apoiando-se na crença do povo em Tommy Taylor para que Tom possa usar seus feitiços. Em seu caminho, porém, está Pullman, revelado um dos seres mais antigos do mundo e peça essencial no plano que envolve a entidade conhecida como Leviatã. O conflito dos dois, no entanto, está longe de ter um final feliz.

Papum: Alternando o foco do sexto arco de sua coleção entre a vingança de Tom e entradas aleatórias do diário de Wilson Taylor, Mike Carey finalmente oferece resoluções e respostas objetivas (ainda que às vezes abstratas) em "Tommy Taylor and the War of Words", alterando drasticamente o andar da carruagem e esboçando uma redefinição do papel de suas personagens na sequência por vir. Sim, meus caros, isso quer dizer que o arco em questão é o mais longo e mais impactante da série até agora, ainda que não seja tão rico em conteúdo como "Dead Man's Knock" e "Leviathan", por exemplo.

Seguindo de onde havia parado em "On to Genesis", Tom Taylor inicia uma busca implacável pela Cabala e usa todo o seu poder para descobrir formas de derrotá-la. Além de seus habituais amigos, o monstro de Frankenstein também está ao seu lado, ajuda mais do que essencial em seus audaciosos planos. Sendo assim, o que vemos é pela primeira vez um uso irrestrito e direto dos poderes da personagem, manifestados através da inteligente escolha de Carey em ampliar a crença das personagens do universo da história na figura do bruxinho Tommy Taylor, assim concedendo a Tom muito mais poder. Cansado das tragédias que o rodeiam, Tom é direto em seu ataque, mudando o ritmo do enredo de Carey para uma verdadeira montanha-russa repleta de ação. No meio de tanta agitação, contudo, trechos do diário de Wilson (apresentado em "On to Genesis") dão ao leitor uma visão mais ampla do universo montado e até mesmo revelam a origem de Leviatã e do homem conhecido como Pullman. Para tal, desenhistas diferentes foram convocados para cada passagem, e apesar dos diferentes estilos presentes, cada subtrama é enriquecida por tal escolha, estratégia conhecida em grandes coleções como "The Sandman". O que parece um pouco fora de sintonia pela primeira vez, no entanto, é a arte de Peter Gross aqui.

Habituados com um esquema de sombreamento simples e poucos contornos faciais, estranhamos bastante a repentina mudança de Gross em traçar olhos maiores e linhas mais grossas nas expressões de seus personagens. Seus cenários continuam efetivos, vejam bem, mas não há como negar uma grande mudança em seu estilo em "Tommy Taylor and the War of Words", fato que talvez possa ser explicado com o nível impressionante da arte de alguns dos desenhistas convidados para as subtramas do arco. O que ocorre, porém, é que a arte se distancia um bocado do trabalho previamente estabelecido, e ainda que seja muito boa em dadas sequências, parece um tanto alienígena em uma coleção tão uniforme e acaba por causar um leve ar de estranheza, ainda mais quando somada à explicações repetitivas sobre Leviatã montadas por Carey para realmente ter certeza que o leitor esteja entendendo sua mensagem. Sendo assim, o resultado final do sexto arco de "The Unwritten" é muito bom, mas deve um pouco ao extraordinário nível previamente estabelecido pela série, que agora começa a tomar rumos novos e parece iniciar sua segunda fase de conflitos.

Agora 'nuff said. Continuem a seguir o blog e até a próxima!

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In a nutshell:

- The Unwritten Vol. 6 - Tommy Taylor and the War of Words -
Thumbs Up: revelações potentes e interessantes; objetividade de suas personagens; ação frenética intercalada com subtramas bem estruturadas; presença de desenhistas competentes que engrandecem a coleção;
Thumbs Down: repetição de explicações previamente feitas; nova escolha de traços de Peter Gross parece estranha por vezes;    

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Y - O Último Homem

Autor: Brian K. Vaughan
Artisita: Pia Guerra

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Yo! How's it going?

Semana passada marcou o término da publicação da premiada série em quadrinhos "Y - O Último Homem" aqui no Brasil. Como iniciei o blog Streampunk a apenas duas edições do término da mesma, esperei sua conclusão para abordá-la como um todo, e não arco a arco. Sendo assim, hoje falo um pouco mais do incrível trabalho de Vaughan e Guerra que conquistou o mercado durante seus 5 anos de publicação, assim como parabenizo a Panini por levar a coleção a sério e tê-la publicado em sua íntegra, fato incomum entre nossas editoras.

Plano de fundo: Quando uma tragédia misteriosa causa o genocídio mundial de todos os seres machos do planeta, os únicos sobreviventes são o jovem Yorick Brown e seu macaco capucino Ampersand. Vivendo em uma sociedade agora completamente alterada, Yorick busca respostas para a extinção repentina do cromossomo Y no planeta, jornada que o fará conhecer membras de órgãos governamentais secretos, cientistas visionárias e até mesmo rebeldes fanáticas que o colocarão em risco a todo instante em sua jornada até sua namorada Betty, vista pela última vez no outback australiano. Afinal, todas querem o último homem, tanto vivo quanto morto.

Papum: É com muita satisfação que abordo "Y - O Último Homem" depois de ver sua conclusão publicada no Brasil sob um trabalho tão bem feito como o realizado pela Panini. Todos os dez arcos da coleção receberam ótimo tratamento editorial e boas traduções para se lançarem ao mercado, fazendo da série um marco de publicação de quadrinhos aqui em nossas terras que não víamos desde o concluído "The Sandman". Isso certamente nos anima a comprar novos títulos, é claro, uma vez que o medo de possuir séries incompletas ainda deixa qualquer leitor com a pulga atrás da orelha.

Partindo de uma premissa que pode não ser tão original (pelo menos no âmbito literário), mas nem por isso deixa de ser intrigante, Vaughan constrói "Y" a partir de seu foco em Yorick Brown de modo eficaz: protagonista, Yorick é cheio de referências pop durante todos os arcos, além altamente divertido. Suas relações com suas parceiras de viagem Agente 355 e Dr. Mann também são igualmente bem montadas, e Vaughan é esperto o suficiente para criar várias teorias de como os homens foram extintos até finalmente se concentrar na verdadeira lá pela metade da série, trabalhando com cliffhangers que deixam o leitor ávido pelo próximo volume. Ainda nessa nota, é impressionante como plot twists parecem fáceis na mão do autor, alterando o jogo frequentemente com o intuito de adicionar uma boa e benvinda pitada de imprevisibilidade em seu trabalho. Subtramas também têm importância durante a coleção, que consegue sim encerrar todas as suas pontas ao seu final, mostrando um planejamento e competência ímpar de Vaughan ao montar sua teia de histórias. Somadas a isso ainda há discussões entre ciência e religião que elevam o nível da obra em diversas análises sobre a morte dos homens, assim como incríveis olhares de diferentes perspectivas sobre sociedades completamente matriarcais que ora distinguem-se totalmente de suas antecessoras e ora reproduzem o mesmo tipo de vida conduzido no passado governado por homens, abrindo as portas de "Y" para realmente qualquer público.

O tempo inteiro ao lado do escritor está a desenhista Pia Guerra, escolha ideal para ilustrar a franquia. Esboçando um número absurdo de personagens femininas, o traço limpo e fortes expressões faciais de Guerra consegue distinguir cada membro de seu elenco facilmente, e embora seus quadros não possuam muito dinamismo em sequências de ação, os planos de diálogos e conflitos internos são realmente ótimos. Igualmente interessante é ver como as personagens são alteradas durante os quatro anos que se passam do começo ao final da série dentro de seu universo, fazendo com que seus designs mudem frequentemente: cortes de cabelo, barba, postura e até mesmo olhar. A preocupação com tais pormenores é verossímil e impressiona, tornando a obra ainda mais especial do que ela é. Por esses e outros motivos, então, "Y - O Último Homem" é recomendado tanto a fãs de quadrinhos quanto àqueles que simplesmente gostam de ler uma boa história, lembrando ainda que com o sucesso da adaptação de "The Walking Dead" às telas, "Y" certamente está nos planos de qualquer chefe de estúdio para uma versão live-action, seja na televisão ou nos cinemas.

Agora 'nuff said. Quem tiver interesse em adquirir a série pode acessar o site da livraria Comix e iniciar sua busca. A coleção vale a pena, então não percam tempo e divirtam-se com a divertida (ou distorcida) visão de um mundo governado inteiramente por mulheres que parece mais real do que pensamos.

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In a nutshell:

- Y - O Último Homem -
Thumbs Up: roteiro redondo de Vaughan até o final da série; referências pop divertem; personagens carismáticas e bem construídas; arte mais do que apropriada de Pia Guerra; divertido insight da maneira como mulheres conduziriam o mundo inteiro, reproduzindo até mesmo guerras da extinta sociedade patriarcal; plot twists que renovam a série constantemente; clímax impactante e preciso;
Thumbs Down: -----