Artista: John Romita Jr.
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Yo! How’s it going?
Venho falar de uma Graphic Novel um pouco mais popular para
nós brasileiros desta vez: “Kick-Ass 2”, a sequência de “Kick-Ass”, HQ adaptada
para as telonas em 2010.
Plano de fundo: A vida de Dave Lizewski certamente mudou. Depois do
problemão em que se meteu ao bancar o herói conhecido por todos como Kick-Ass,
o garoto agora busca um pouco mais de profissionalismo em sua jornada de
combate ao crime ao treinar arduamente com Mindy (Hit-Girl), tentando aprimorar
suas técnicas desastradas e jeito desengonçado de fazer justiça. Mindy, por sua
vez, ainda mora com o policial Marcus e sua mãe, tendo jurado não vestir o manto de
heroína novamente. Em meio a isso, Chris Genovese (Red Mist) ainda planeja sua
vil vingança contra Kick-Ass depois da morte de seu pai, usando todos os
recursos ao seu dispor para colocar em prática seus diabólicos planos o mais cedo possível.
Pois bem, as coisas pioram e muito quando Dave é convocado para fazer parte de um grupo de justiceiros chamado Justice Forever, uma “Liga da Justiça”
formada por pessoas normais que, inspiradas por Kick-Ass, patrulham as ruas e
zelam pelo bem-estar do povo Nova Iorquino. O problema é que Red Mist, agora
com a alcunha Motherfucker, responde mais do que à altura a iniciativa de
nossos heróis, fundando assim os Toxic
Mega-Cunts, grupo formado por criminosos mais do que niilistas e sádicos que fazem qualquer outro vilão do mundo dos quadrinhos parecer um dos Ursinhos Carinhosos.
Cabe agora à Kick-Ass e os membros de Justice Forever combater a nova ameaça de terror que varre Nova York em uma onda de violência e assassinatos antes que seja tarde demais. Para Dave e seus conhecidos, no entanto, talvez no fundo já seja.
Papum: Não gosto de usar a palavra “decepção” para descrever
qualquer forma de trabalho escrito, então usarei outra palavra para caracterizar o que realmente senti ao ler “Kick-Ass 2”: desconforto.
Partindo de onde o divertidíssimo “Kick-Ass” nos
deixou e contendo uma premissa bem interessante, “Kick-Ass 2” tinha tudo para
dar certo: um bom elenco de personagens, ótimo traço e cores, suspense e
imprevisibilidade que certamente cativam. O problema aqui é que a Graphic Novel depende demais de sua
violência gráfica, vocabulário chulo e ação desenfreada para prender o
leitor, distanciando-se muito daquilo que fez sua antecessora tão famosa. Se em
“Kick-Ass” chegávamos perto da tão aclamada verossimilhança e as referências a
outros quadrinhos divertiam, aqui a coisa realmente descamba, fruto talvez de
uma preguiça criativa de Mark Millar ou simplesmente a realização de um fetiche
pra lá de sadista do autor escocês. Não quero pregar de moralista, mas não há
como se sentir bem vendo as cenas grotescas de chacinas e estupro de “Kick-Ass
2”. Mais do que isso, elas acabam vulgarizadas e até mesmo banalizadas por estarem presentes em absurdo excesso, sabotando todo o potencial dramático que alguns quadros impactantes certamente tinham.
Em seu primeiro arco da
franquia “Kick-Ass”, Millar abordou a violência como um resultado inevitável
dos conflitos em andamento. Humor, ação e violência caminhavam lado a lado, resultando em um trabalho extramente divertido. Aqui, violência não é uma consequência, mas sim a causa do enredo, e por mais que o autor declare a alguns fãs sua tentativa de aumentar o escopo da série ou até mesmo sua vontade de transformar Red
Mist/Motherfucker em uma espécie de Alex DeLarge (protagonista de “Laranja
Mecânica”), um leitor mais crítico certamente perceberá que Millar, talvez sem ideias
melhores, usa os meios mais baixos da mídia para poder receber
atenção em seu novo trabalho. Sua astúcia de outrora já não existe, sua escrita cede total espaço ao apelo visual, mesmo que a história em si ainda seja bem imprevisível. Justiça seja feita, prender o leitor é a única coisa que Kick-Ass 2 faz com extremo sucesso, mas por meios que, julgo eu, sejam fáceis ou simplesmente errados.
A arte de John Romita Jr., um de
meus desenhistas favoritos, é um pouco mais constante que a escrita de Millar. Belos
planos da Times Square durante a guerra de gangues fazem os olhos realmente
saltarem, mesmo que alguns quadros destoem bastante dos momentos mais cruciais
do título, fruto talvez de prazos ruins ou preguiça criativa novamente.
A verdade é que “Kick-Ass 2” deve
agradar a muitos, mas certamente não na mesma proporção que sua antecessora.
Sua adaptação para as telonas já está confirmada, mas acredito piamente que
veremos uma mutilação da HQ como produto final; se o filme "Kick-Ass" teve o
nível de violência de sua Graphic Novel
bem diluído, o que dirão sobre um futuro longa onde estupros, decapitamentos e
chacinas infantis são simplesmente corriqueiros?
Para completar, tenho a informação
de que a saga inteira de Kick-Ass será narrada em 5 volumes. “Kick-Ass”,
naturalmente, é o primeiro. “Kick-Ass 2”, no entanto, é o terceiro na ordem
cronológica da série, que verá um encadernado nomeado “Hit-Girl” muito em
breve, servindo de ponte entre as duas aventuras de Kick-Ass. Assim que tal Graphic Novel for lançada, darei meu
parecer aqui no blog Streampunk, então fiquem ligados!
‘Nuff said. Se discordam de mim e acham que Kick-Ass 2 foi um
trabalho de Millar tão bom quanto “Kick-Ass”, “Os Supremos” ou outros grandes trabalhos do autor, deixem seus
insultos e continuem a acompanhar o blog!
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In a nutshell:
- Kick-Ass 2 –
Thumbs Up: imprevisibilidade da trama; arte de John Romita Jr.;
Thumbs
Down:
dependência de violência gráfica para mover o enredo; distância da verossimilhança
fundada em “Kick-Ass”; simplificação do desenvolvimento de personagens ao
torná-los completamente bons ou insanamente maus;
Oi felipe... todos os teus comentários me parecem válidos, apesar de eu nunca ter lido... Eu não acredito que "kick-ass 2" chegue a ser o que o primeiro representou, mas também há o fato de influência, o primeiro "kick-ass" deixou uma impressão muito grande e fez crescer uma adoração nas pessoas, então, talvez, o nível de expectativas seja alto...enfim, levarei muito em consideração suas teus comentários, Felipe. um abraço de uma fã hahaha.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluiroi felipe eu gostei do filme kick ass e gostei do seu comentario espero que continue asim gosto bastante do seu trabalho gostei do seu livro e te desejo boa sorte eu estou aguardando a publicaçao dos outro livros abraçao do DUTS
ResponderExcluiro kik ass 1 foi tão bom, teve tanta repercussão, que até apareceu alguns moleques dando uma de kik ass no Brasil, entraram em contato comigo, mas acho que acabaram virando ass kik...ahauhauhau
ResponderExcluirdependência de violência gráfica para PROmover o enredo. Concordei com tudo, fiquei mt frustrado com o KA2
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