quinta-feira, 30 de agosto de 2012

The Books of Magic: Girl in the Box

Autor: John Ney Rieber
Artista: Peter Gross

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Yo! How's it going?

Entre uma postagem mais importante e outra, sempre surge uma Graphic Novel que merece ser abordada aqui no blog. Hoje, continuo meu trabalho com a série "The Books of Magic" ao tratar do arco "Girl in the Box".

Plano de fundo: Timothy Hunter, o garoto que está destinado a ser o maior feiticeiro de seu tempo, está cansado das pragas fantásticas e criaturas mágicas que o perseguem. Buscando um pouco de normalidade em sua rotina tão incessantemente absurda, o garoto deixa sua casa para trás e viaja a São Francisco, onde acaba se encontrando acidentalmente com Leah, um súcubo anteriormente libertado  por ele.

Junto com Leah, Tim parte então em busca de Zatanna, a figura que deve orientá-lo em sua jornada mágica dali em diante. O que ele não suspeita, porém, é que por o pé na estrada o levará novamente ao mundo da magia, onde desta vez é com seus próprios medos e receios que ele deverá conflitar.

Papum: O que mais marca o arco "Girl in the Box" é sua inconstância narrativa. Iniciado de forma preguiçosa, o enredo primeiramente não apresenta uma base motivacional sólida o suficiente para tirar Tim de seu cenário e levá-lo a São Francisco, e em um golpe bem infeliz, John Ney Rieber acaba por sabotar uma das poucas coisas boas que haviam saído do arco "Transformations": sim, as tatuagens de Tim já não tem mais valor algum.

Pois bem, dentre escolhas um tanto quanto questionáveis e a arte agora um pouco mais inconstante de Peter Gross, "Girl in the Box" também acaba por não ter um objetivo muito definido até seu término, flertando entre momentos visuais e descritivos que não convencem o leitor de seu verdadeiro propósito. Há fantasia, vejam bem, mas não há aprofundamento em nenhuma personagem do arco que não seja Tim ou a própria Leah, conflito que acaba sendo o grande ponto do volume ao, pela primeira vez na série, abordar de forma mais direta a sexualidade dos jovens e o medo de Tim em se tornar um homem de verdade. Justiça seja feita, o encontro do adolescente com as sereias do pecado é bem interessante, assim como a onda de questionamentos que o assolam quando o garoto percebe que, até agora, ele não tomou decisão alguma para nada em sua vida, fosse ela boa ou má.

Paralelamente, Molly O'Reilly, ex-namorada de Tim ainda presa em Faerie, aguarda pelo desafio dos tolos criado pela fada Amadan, ganhando agora a atenção da rainha Titania enquanto tenta gerar frutos reais no mundo da fantasia. Novamente a resolução para esse conflito é adiada, fazendo o leitor questionar-se sobre sua verdadeira importância no grande esquema das coisas: afinal, tal subtrama aparece em quadros ora espremidos ora perdidos no meio da narrativa de Tim, tornando-se irrelevante perante sua própria função. Volto a salientar que é bom o uso de pontas soltas em séries em andamento, mas nesta altura do campeonato, ninguém se importa verdadeiramente com o que possa acontecer com Molly, mesmo que a personagem tenha surgido com bastante carisma e criado corpo em suas primeiras edições. Alongar sua subtrama e retardar sua resolução é um grande erro de escolha de John Ney Rieber, que agora terá que se esforçar muito para poder retomar tal fio ao enredo central da série e encerrá-lo em uma boa nota.

Agora 'nuff said. Continuem a acompanhar o blog e até a próxima!

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In a nutshell:

- The Books of Magic: Girl in the Box -
Thumbs Up: sexualidade finalmente abordada de forma mais franca; interessante desenvolvimento da personagem súcubo Leah; questionamento reflexivo de Tim que também atinge o leitor;
Thumbs Down: fraca base motivacional para desencadear todos os acontecimentos narrados; subtrama de Molly não avança em quase nada; traço inconstante de Peter Gross; preguiça narrativa de John Ney Rieber pela primeira metade do arco, apoiando-se em seu desenhista sem fazer muito esforço criativo; sabotagem do principal elemento do arco "Transformations";

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