domingo, 2 de setembro de 2012

The Sword in the Stone

Autor: T.H. White
Ano de publicação: 1938

"Education is experience, and the essence of experience is self-reliance"

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Yo! How's it going?

Gor Blimey! Não há nada melhor do que voltar a ler algo realmente relevante e divertido no cenário da literatura mundial e digerir seu ótimo conteúdo. Hoje trago a vocês um pouco sobre o romance "The Sword in the Stone", primeiro volume da saga "The Once and Future King" do autor inglês Terence Hanbury White que narra a saga do Rei Arthur (ou Artur) sob um olhar divertido, fantasioso e comovente.

"The Sword in the Stone" é um dos maiores clássicos da literatura arthuriana (ou Arturiana) de todos os tempos, tendo sido até mesmo adaptado para as telonas por Walt Disney em 1963, com o nome "A Espada Era a Lei". Além disso, em um estudo literário um pouco mais contemporâneo, qualquer um pode notar a grande influência narrativa que T.H. White teve no trabalho de uma das autoras de maior sucesso na atualidade, J.K. Rowling, que inúmeras vezes declarou que "The Sword in the Stone" é um de seus livros favoritos. A jornada de amadurecimento e aprendizado de Harry, por exemplo, é em certos pontos muito parecida com a do jovem Wart, e depois de ler "The Sword in the Stone", é impossível não perceber o quanto Albus Dumbledore é baseado no mago Merlyn (ou Merlin), não só em aparência (como é óbvio a todos) como em falas, maneirismos e comportamentos. Having said that, let's get down to business!

Plano de fundo: Wart é um jovem ingênuo e curioso que vive no castelo de seu pai adotivo Sir Ector nas bordas da Floresta Sauvage. Quando ele e o jovem Kay (filho verdadeiro de Sir Ector dois anos mais velho que Wart) decidem brincar com um dos gaviões do castelo (a temperamental ave de nome Cully), ambos se dão mal ao ver o animal escapar para a orla da floresta e não dar indícios de querer voltar.

Aflito em encontrar Cully, Wart prontamente se aventura no meio da mata, e sua busca acaba por levá-lo até o mago chamado Merlyn. Ciente do iminente encontro entre os dois desde sempre, o velho feiticeiro se oferece para ser o tutor de Wart no Castelo Sauvage, posição muito buscada por Sir Ector para poder educar seus dois filhos da melhor forma possível.

Com a ajuda de Merlyn, Wart inicia assim sua jornada de aprendizado, fantasia e valores que, um dia, será a bagagem necessária para forjar o destino que já está traçado para ele, mesmo que o jovem ainda não saiba - o de se tornar o mais importante e mitológico Rei da Inglaterra.

Papum: "The Sword in the Stone" é magia pura, uma verdadeira viagem pela inocência e  jornada de aprendizado tocante o suficiente para encantar crianças, jovens e adultos com força ímpar.

Misturando fantasia e fatos clássicos da literatura arthuriana, T.H. White constrói a até então nunca abordada infância do Rei Arthur, aqui chamado de Wart (Verruga), para tratar de toda a educação e crescimento da lenda até sua consagração real. Somos conduzidos desde o divertido e honesto encontro do garoto com o mago Merlyn até o mundo mágico que o feiticeiro é capaz de proporcionar com tanta vivacidade e o ápice da consagração do garoto, pontos de brilho absoluto da obra, indubitavelmente.

Durante suas lições nada comuns, e em cada uma de suas transformações em animais, Wart constrói sua educação tanto social quanto política e, vejam bem, até mesmo religiosa. Afinal de contas, como o próprio Merlyn diz, educação é experiência, e a essência da experiência está na autodependência. Em grupos distintos de animais e quase sempre sozinho, Wart tem profundo contato com os mais intrínsecos aspectos humanos e regras de distintas sociedades através de pequenas fábulas: na forma de um peixe, o garoto aprende o que é a lei do mais forte e o significado do poder; na forma de um gavião, é um parlamento aviário que se apresenta, a presença de uma verdadeira corte; como formiga, Wart conhece o poder ditatorial, a segregação de grupos e a desvalorização do indivíduo; enquanto texugo, por mais estranho que pareça, é hora de estudar o motivo do homem governar o mundo desde sua criação. Tudo é meticulosamente trabalhado de modo que Wart possa se desenvolver para que, futuramente, possa de fato ser o rei justo e lendário que a Inglaterra clama.

Participações especiais de outras lendas inglesas também marcam presença em "The Sword in the Stone". Para meu profundo deleite, por exemplo, Wart tem uma de suas lições atreladas a Little John (João Pequeno) e Robin Hood (no livro nomeado Robin Wood), figuras importantíssimas do folclore britânico que também contribuem consideravelmente na formação de Wart. Também faz uma breve aparição no romance a rainha Morgan La Fey (conhecida por todos como Morgana), figura importantíssima na posteridade da obra e mitologia arthuriana.

Outro elemento marcante do romance, e desta vez da narrativa de T.H. White, é o anacronismo proposital empregado pelo escritor. Mesmo com sua história vivida no século XII, White faz analogias que só podem ser entendidas por leitores dos séculos XX ou XXI, "descaracterizando" assim o tempo de sua obra. O uso de tal recurso, no entanto, é formidavelmente executado quando White, ciente das consequências de suas escolhas, joga limpo com o leitor logo no início do romance através da voz do narrador. Ainda mais importante do que isso, porém, é a estratégia do autor em fazer de Merlyn o verdadeiro anacronista da obra, já que o velho tem conhecimento tanto do passado e presente quanto do futuro, possibilitando a ele, e somente a ele, ótimas frases e comparações que são completamente entendidas por nós, leitores modernos, mas não pelas outras personagens da história. O jogo de imagens e comparações tão peculiares é amplamente divertido e cativante, permitindo ao leitor se aproximar da história independentemente de seu tempo.

Também é interessante mencionar que, por mais que eu goste da animação da Disney, são muitas as diferenças entre o livro e o longa que têm bastante peso. Em "The Sword in the Stone", já somos introduzidos de forma leve ao passado de Wart e sua ascendência na família Pendragon, motivo real de o garoto ser o único a poder retirar a espada da pedra. Cria-se então o grande mito, a lenda que há de mudar a história da Inglaterra para melhor através de façanhas incríveis e jornadas extraordinárias. Assim sendo, mal posso esperar para ler o próximo volume da saga "The Once and Future King", o qual certamente abordarei aqui no blog muito em breve.

'Nuff said, now. Se você é fã das histórias arthurianas ou gostou do texto, poste seus comentários e continue a acompanhar o blog!


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In a nutshell:

- The Sword in the Stone -
Thumbs Up: anacronismo proposital amplamente divertido; aguçado senso de humor e inocência que certamente influenciaram o trabalho de J.K. Rowling em Harry Potter; metáforas na forma de fábulas que dão corpo e conteúdo singulares à obra; personagens extremamente cativantes; descrição de momentos icônicos precisa e poignant;
Thumbs Down: -----

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