Direção: Simon Curtis
Elenco: Eddie Redmayne, Michelle Williams, Kenneth Branagh, Judi Dench, Emma Watson
***
Yo! How's it going?
Contrariando o que costuma acontecer aqui no blog, escrevo hoje sobre um filme que já se encontra em DVD e Blu-Ray nas locadoras por todo o país: "Sete Dias com Marilyn", baseado nos livros "The Prince, the Showgirl and Me" e "My Week with Marilyn", obras por meio das quais o escritor e cineasta inglês Colin Clark narra o começo de sua carreira e o incrível contato que teve com uma das mulheres mais icônicas e desejadas de todos os tempos, Marilyn Monroe.
Plano de fundo: Seguindo seu sonho de trabalhar no ramo cinematográfico, o jovem Colin Clark (Eddie Redmayne) deixa a incrível mansão de sua poderosa família para ir a Londres tentar sua sorte no mercado instável e oscilante do cinema. Determinado, o jovem não demora a mostrar seu valor e acaba contratado para trabalhar ao lado de Laurence Olivier (Kenneth Branagh) nas filmagens de "O Príncipe Encantado", película cuja protagonista é nada mais nada menos do que Marilyn Monroe (Michelle Williams).
Complexa tanto quanto intensa, Marilyn acaba por se aproximar bastante de Colin durante sua estada na Inglaterra, criando uma complicada relação entre os dois que certamente mudará a vida do jovem Colin para sempre.
Papum: Seguindo o mesmo estilo de filmagem simplório e até mesmo burocrático de outro longa contemporâneo que retrata uma personalidade feminina marcante, o filme "A Dama de Ferro", "Sete Dias com Marilyn" oferece não mais do que um pequeno vislumbre sobre a perturbada mente de sua mais importante personagem e acaba por não se aprofundar muito em toda a sua instabilidade incrivelmente potencial durante sua extensão. Todavia, aqui isso não é necessariamente um erro de escolha ou simples preguiça histórica, mas sim uma questão de coesão.
Como já mencionado, o filme é baseado em dois livros/diários escritos por Colin Clark sobre os dias que o até então assistente de direção passou com Marilyn Monroe. Sendo assim, já temos um olhar pendente e altamente parcial desde o início, o que impossibilita um maior aprofundamento da personagem por um simples fato: não é ela a protagonista, mas sim Colin, e o que vemos de Marilyn é entregue única e exclusivamente sob o olhar do inglês perante a aparentemente problemática atriz. Nessa questão e jogando contra o próprio propósito do filme entra o terrível equívoco da tradução de seu título: enquanto em inglês o longa se chama "My week with Marilyn", tornando a película algo pessoal logo em seu título, o nome "Sete Dias com Marilyn" vende uma imagem diferente, algo como um estudo sobre Monroe através de uma abordagem centrada nela. Bem, acho que já está claro que não é esse o caso.
Se no biográfico "A Dama de Ferro" havia muito sobre Margareth Thatcher a ser contado e acabamos recebendo pouco de sua importante vida política, opção clara dos produtores e diretor do filme, em "Sete Dias com Marilyn" não há nada a ser contado a não ser o que Colin Clark vivenciou ao lado da atriz, seja tudo verdade ou ficção, e o filme cumpre seu propósito efetivamente. Isso não exclui, porém, a responsabilidade de Simon Curtis de tentar fazer algo realmente notável, o que de fato não acontece. Nessa linha, o que vemos é um estilo de filmagem pouco inspirado que depende totalmente de seu elenco para dar certo, como de fato acaba por fazê-lo de modo satisfatório, mas talvez não mais do que isso.
Having said that, é necessário comparar "Sete Dias com Marilyn" à "A Dama de Ferro" novamente para tratar das atuações de sua equipe. Ora essa, se o filme de Margareth Thatcher vale a pena pela incrível atuação de Meryl Streep (que inclusive lhe rendeu o Oscar este ano), o longa de Simon Curtis tem em seu ponto mais alto a exuberante e incrível performance de Michelle Williams, trazendo à vida toda a beleza e complicada mente de Marilyn Monroe com complexidade e delicadeza singulares. Aliada aos talentos mais do que sólidos de Kenneth Branagh (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel) e Judi Dench, Williams faz talvez a atuação mais marcante de sua vida até agora, trabalho esse que a presenteou com uma indicação ao Oscar de melhor atriz este ano. Sua performance dá camadas incríveis à personagem, e não há como não sentir um gosto de "quero mais" toda vez que o enredo volta à Colin e deixa a atriz de lado momentaneamente. É uma pena, então, que não seja ela a protagonista e que o filme não seja uma biografia no final das contas, já que havia potencial artístico e narrativo o suficiente em Williams para fazer tal trabalho. Torço para que "Sete Dias com Marilyn" desperte o interesse em cineastas e historiadores para a realização de algo mais notável sobre Monroe, assim como torço para que, caso algo assim venha a surgir, Michelle Williams ainda esteja disponível para o trabalho.
Agora 'nuff said. Continuem a acompanhar o blog e até a próxima!
Como já mencionado, o filme é baseado em dois livros/diários escritos por Colin Clark sobre os dias que o até então assistente de direção passou com Marilyn Monroe. Sendo assim, já temos um olhar pendente e altamente parcial desde o início, o que impossibilita um maior aprofundamento da personagem por um simples fato: não é ela a protagonista, mas sim Colin, e o que vemos de Marilyn é entregue única e exclusivamente sob o olhar do inglês perante a aparentemente problemática atriz. Nessa questão e jogando contra o próprio propósito do filme entra o terrível equívoco da tradução de seu título: enquanto em inglês o longa se chama "My week with Marilyn", tornando a película algo pessoal logo em seu título, o nome "Sete Dias com Marilyn" vende uma imagem diferente, algo como um estudo sobre Monroe através de uma abordagem centrada nela. Bem, acho que já está claro que não é esse o caso.
Se no biográfico "A Dama de Ferro" havia muito sobre Margareth Thatcher a ser contado e acabamos recebendo pouco de sua importante vida política, opção clara dos produtores e diretor do filme, em "Sete Dias com Marilyn" não há nada a ser contado a não ser o que Colin Clark vivenciou ao lado da atriz, seja tudo verdade ou ficção, e o filme cumpre seu propósito efetivamente. Isso não exclui, porém, a responsabilidade de Simon Curtis de tentar fazer algo realmente notável, o que de fato não acontece. Nessa linha, o que vemos é um estilo de filmagem pouco inspirado que depende totalmente de seu elenco para dar certo, como de fato acaba por fazê-lo de modo satisfatório, mas talvez não mais do que isso.
Having said that, é necessário comparar "Sete Dias com Marilyn" à "A Dama de Ferro" novamente para tratar das atuações de sua equipe. Ora essa, se o filme de Margareth Thatcher vale a pena pela incrível atuação de Meryl Streep (que inclusive lhe rendeu o Oscar este ano), o longa de Simon Curtis tem em seu ponto mais alto a exuberante e incrível performance de Michelle Williams, trazendo à vida toda a beleza e complicada mente de Marilyn Monroe com complexidade e delicadeza singulares. Aliada aos talentos mais do que sólidos de Kenneth Branagh (indicado ao Oscar de melhor ator coadjuvante pelo papel) e Judi Dench, Williams faz talvez a atuação mais marcante de sua vida até agora, trabalho esse que a presenteou com uma indicação ao Oscar de melhor atriz este ano. Sua performance dá camadas incríveis à personagem, e não há como não sentir um gosto de "quero mais" toda vez que o enredo volta à Colin e deixa a atriz de lado momentaneamente. É uma pena, então, que não seja ela a protagonista e que o filme não seja uma biografia no final das contas, já que havia potencial artístico e narrativo o suficiente em Williams para fazer tal trabalho. Torço para que "Sete Dias com Marilyn" desperte o interesse em cineastas e historiadores para a realização de algo mais notável sobre Monroe, assim como torço para que, caso algo assim venha a surgir, Michelle Williams ainda esteja disponível para o trabalho.
Agora 'nuff said. Continuem a acompanhar o blog e até a próxima!
***
In a nutshell:
- Sete Dias com Marilyn -
Thumbs Up: elenco em grande sintonia; fantástica atuação de Michelle Williams como Marilyn Monroe, sensitivamente complexa e estonteante; roteiro coeso e coerente;
Thumbs Down: tradução do título para o português um tanto quanto ludibriadora; direção impessoal que se apoia no elenco para tornar o filme significativo;
Nenhum comentário:
Postar um comentário