terça-feira, 7 de agosto de 2012

Fables Vol. 6 - Homelands


Autor: Bill Willingham
Artistas: Mark Buckingham, David Hahn

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Yo! How’s it going?

Hora de falar sobre outra série em quadrinhos que tenho acompanhado por alguns meses: “Fables”, publicada no Brasil com o apropriado nome de “Fábulas” pela editora Panini. Peço desculpas por mesclar nomes de personagens em português e inglês em meu texto, mas como faço a coleção do título em sua língua original, não tenho pleno conhecimento dos termos usados na versão brasileira do mesmo, então limito-me a usar em português somente os nomes que já estão mais do que consagrados em nossa língua.

Having said that, também ressalto que começo a escrever sobre “Fables” aqui no blog a partir de seu sexto volume encadernado, “Homelands”. Para quem não sabe absolutamente nada sobre o título, no entanto, aqui vai uma palinha: “Fables” narra a história de dezenas de personagens de contos-de-fadas e clássicos literários que, tendo suas terras encantadas tomadas de suas mãos pela figura conhecida como Adversário, não encontram solução alguma para permanecerem vivos senão buscar refúgio em nosso mundo, construindo assim a comunidade chamada Cidade das Fábulas (Fabletown) em plena Nova York. A premissa pode parecer semelhante à do seriado “Once Upon a Time”, exibido por aqui pela Sony Entertainment Television, mas se levarmos em conta que “Fables” começou a ser publicado nos Estados Unidos em 2002, fica bem claro para nós qual trabalho se espelhou diretamente no outro.

Plano de fundo: Com Branca de Neve e Bigby Wolf (Lobo Mau) fora da prefeitura de Fabletown, o recém-apontado prefeito da comunidade, Príncipe Encantado, tem de encarar um grave problema: Boy Blue, o braço direito do gabinete por gerações, está desaparecido, tendo levado consigo dois itens mágicos de extremo valor - a capa azul e a espada Vorpal. O que ninguém sabe, no entanto, é que Boy Blue acaba de viajar secretamente até as Terras Natais (Homelands), mundo de origem de toda a população de Fabletown, em uma busca tanto de seu velho amor Chapeuzinho Vermelho quanto de uma maneira de trazer seu melhor amigo Pinóquio de volta à vida.

Em sua jornada solitária, Boy Blue deve cruzar as Terras de ponta a ponta se quiser atingir seus objetivos, caminho esse que o colocará frente a frente com criaturas e figuras importantes do império do Adversário e enfim revelará a verdadeira identidade daquele que  tomou boa parte do mundo das fábulas para si.

Paralelamente, Jack (João), outro personagem conhecido por todos, segue seu exílio de Fabletown em busca de fama e dinheiro em mais uma de suas tramoias que, como todos suspeitam, tem tudo para dar errado.

Papum: Se no arco anterior de “Fables” Bill Willingham optou por estender um conflito familiar em detrimento de um avanço relevante no enredo, “Homelands” coloca a série de volta aos eixos de forma muito boa.

Acompanhado pela arte incrível de Mark Buckingham mais uma vez, Willingham nos leva a uma jornada verdadeiramente épica ao narrar as aventuras de Boy Blue pelas Terras Natais, alterando inclusive a disposição regular de quadros   narrativos em busca de uma fórmula mais chamativa. Tal estratégia funciona bem ao quebrar o tradicional estilo quadro-a-quadro do mundo real e não delinear limites explícitos para as sequências do que se passa nas Terras Natais, em especial no começo da jornada de Blue. A alegoria das cenas dá o toque preciso de fantasia que o enredo pede, conduzindo o leitor a uma jornada que realmente entretém.

Diversos personagens são apresentados ou simplesmente revelados novamente, marca característica da série. Desta vez, no entanto, é mais fácil acompanhar o número de subtramas realmente relevantes e seus devidos protagonistas, o que nem sempre ficou claro em “Fables” devido a seu elenco insanamente grande. O que mais faz de “Homelands” um volume realmente essencial, porém, é a descoberta por trás do temível Adversário, uma escolha muito bem feita e trabalhada por Willingham. – SPOILER – Afinal de contas, quem suspeitaria do velhinho Geppetto e a complexa trama de acontecimentos envolvendo seus bonecos, que de simples cópias de regentes de cada território terminam por substituir seus originais?

Mais pontas soltas são deixadas aqui, é claro, mas ao contrário de outros títulos que tenho lido (em especial “The Books of Magic”), “Homelands” termina um arco e suas subtramas de forma sólida e até certo ponto conclusiva, deixando um caminho bem trabalhado para o próximo volume. É interessante também observar a jornada de Jack depois de a personagem deixar Fabletown e se dirigir a Hollywood, abrindo todo um enredo que, se perfeitamente plausível em dois capítulos em “Homelands”, tem imenso potencial para ser explorado (como de fato é nos spin-offs “Jack of Fables”. But more on that later).

‘Nuff said, now. Quem conhece a série “Fables” e gosta do trabalho de Willingham pode deixar seus comentários aqui e tratar de ficar ligado: “Fables” é certamente um dos títulos com os quais continuarei a trabalhar aqui em Streampunk! Para finalizar, deixo vocês com a rima infantil que deu origem ao protagonista de “Homelands” e um de meus personagens favoritos da serie “Fables”, Boy Blue:

Little Boy Blue

Little Boy Blue, come blow your horn,
  The sheep's in the meadow, the cow's in the corn;
Where is the boy who looks after the sheep?
   He’s under the haystack fast asleep.
Will you wake him? No, not I - for if I do, he’s sure to cry.




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In a nutshell:

- Fables Vol. 6 - Homelands -
Thumbs Up: arte bela e constante de Mark Buckingham no mainstream do encadernado; origem do Adversário finalmente revelada; quadros criativos na alteração da dinâmica do enredo; interessante e promissora subtrama de Jack e suas aventuras em Hollywood;
Thumbs Down: arte ainda um tanto amadora de David Hahn no curta de Jack;

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