terça-feira, 6 de novembro de 2012

The Manhattan Projects Vol. 1 - Science. Bad.

Autor: Jonathan Hickman
Artista: Nick Pitarra

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Yo! How's it going?

Hora de novidades boas aqui no blog Streampunk. Hoje, apresento a vocês um projeto bem recente do mercado de quadrinhos norte-americanos que ainda começa andar em passos largos: "The Manhattan Projects", escrito por Jonathan Hickman e desenhado por Nick Pitarra. A série começou a ser publicada neste exato semestre, tendo visto o lançamento de seu primeiro encadernado, "Science. Bad.", há apenas algumas semanas. Levando isso em conta, é com muito orgulho que tenho o privilégio de aguçar a curiosidade de vocês com relação a esse interessante título.

Plano de fundo: Robert Oppenheimer. Albert Einstein. Richard Feynman. Enrico Fermi. Harry Daghlian Jr. Franklin Roosevelt. Esses são apenas alguns dos nomes das brilhantes mentes escaladas por uma organização secreta norte-americana cujo intuito é não só decidir o rumo da Segunda Guerra Mundial como iniciar a conquista do espaço pelo homem: eles são o destino de uma nação, o grupo Manhattan Projects.

Papum: Buscando títulos novos para saciar minha curiosidade na mídia dos quadrinhos, acabei encontrando "The Manhattan Projects" pouco antes de seu lançamento e, ao ler uma breve sinopse de seu enredo, logo fui atraído pelo ar científico que a obra parecia conter. O resultado, porém, é bem controverso, gerado tanto por ótimas escolhas de construção de enredo quanto decisões muito amadoras de como abordar um piloto e apresentar uma trama. Nesse ponto, há bastante a ser dito sobre "MP".

Abrindo a história com o recrutamento de Robert/Joseph Oppenheimer por parte do Tenente Leslie Groves, "MP" começa a revelar seu elenco de personagens a partir de um olhar interno do projeto e seus ainda misteriosos objetivos. Desse modo, passamos a conhecer os outros membros do grupo ao mesmo tempo em que começamos a ter uma visão maior do que está em jogo, e certamente algumas caras selecionadas fazem subir nosso nível de interesse: Hickman trabalha com figuras científicas de grande relevância histórica em seu enredo, montando assim um elenco realmente vistoso para sua trama. Albert Einstein, talvez a presença mais popular dentro do arco, é apenas uma das famosas figuras que fazem parte do projeto, que ainda conta com o físico especializado em mecânica quântica Richard Feynman, os físicos considerados pais da bomba atômica Enrico Fermi e Robert Oppenheimer e outros grandes nomes esboçados pelo competente traço de Nick Pitarra. As semelhanças físicas entre tais figuras e suas representações em "The Manhattan Projects" são abordadas fielmente pelo artista, que adéqua ao seu traço a aparência das personagens que tem em mãos prontamente. Paralelamente, Hickman faz um bom trabalho ao amarrar suas personagens contemporâneas sob um mesmo teto para, uma vez estabelecida a motivação fictícia de cada uma, poder trabalhar com elas em prol de uma narrativa original. Nesse cenário, frases famosas de tais celebridades pontuam as transições entre os capítulos da obra e oferecem bons questionamentos ao leitor.


Não obstante, o que joga contra o primeiro volume de "The Manhattan Projects" é a falta de um objetivo mais certo por parte de sua trama, algo essencial a qualquer projeto piloto. Durante a condução da história, eventos estranhos começam a acontecer e a abordagem pessoal das interessantes personagens presentes acaba preterida por projeções bizarras de confrontos alienígenas, fruto da mais nova invenção de Einstein que certamente moverá a trama dali para frente. Assim sendo, fica a sensação de que não sabemos quase nada sobre a organização e seus membros quando eles já são inseridos em um embate espacial que pode ter uma grande escala, e a opção por formas de vidas espaciais em forma de monstros parece infantil e contrastante com o propósito do projeto, agora muito mais caricato do que sério. Nessa linha, porém, é bom ressaltar o uso de cores  vivas na obra através do colorista Jordie Bellaire, trabalho que tem seu ápice nos contrastes entre vermelho e azul sempre que tenta distinguir realidades ou personagens cujo passado começa a ser revelado (cores essas as principais da bandeira norte-americana, outra boa sacada tanto de Bellaire quanto de Hickman). O resultado final, então, é um título tão curioso quanto esquisito, de apreço difícil por leitores casuais ou um pouco mais sérios que buscam um título mais estruturado. Muito mais visual do que elaborado, "The Manhattan Projects" prefere seguir uma linha de ficção científica muito mais voltada a "Marte Ataca" do que algo como "Arquivo X", e embora a escolha seja divertida, talvez o elenco reunido por Hickman tenha muito mais potencial narrativo do que simplesmente guerrear com crustáceos e demônios espaciais.

Agora 'nuff said. Continuem a seguir o blog e até a próxima!


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In a nutshell:

- The Manhattan Projects Vol. 1 - Science. Bad. -
Thumbs Up: presença de figuras históricas enriquece o enredo; adequação de personalidades reais ao traço de Pitarra feita de modo natural; interessante premissa de ficção científica que pode render muito material;
Thumbs Down: escolhas estranhas de rumos narrativos para um arco piloto; caracterização de alienígenas mais cômica do que sólida; falta de um propósito-base para mover a trama;  

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