segunda-feira, 12 de novembro de 2012

The Unwritten Vol. 3 - Dead Man's Knock

Autor: Mike Carey
Artista: Peter Gross

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Yo! How's it going?

Acumulando diversas postagens diferentes sobre filmes e livros na última semana, acabei demorando mais do que o esperado para trazer ao blog mais um pouco sobre uma das melhores séries em quadrinhos em andamento: "The Unwritten". Hoje trago mais detalhes sobre o terceiro arco da série, "Dead Man's Knock", então quem tiver interesse em saber mais sobre essa excelente coleção pode acessar meu primeiro texto sobre a série e se familiarizar com o enredo inteiro.

Plano de fundo: Seguindo os acontecimentos trágicos na penitenciária Donostia, Tom Taylor continua em fuga mesmo depois de seu salto temporal de três meses. Paralelamente, porém, o lançamento do décimo quarto volume da série de Tommy Taylor está prestes a ser realizado, e com ele estão os planos da Cabala de destruir a imagem de Tommy perante o mundo, eliminando assim seu poder por completo. O que a vil organização não conta, contudo, é que Wilson Taylor, criador da personagem, também se mexe nos bastidores e está pronto para contra-atacar de forma magnífica, avançando em seu caminho de fazer de seu filho Tom a verdadeira personagem Tommy Taylor e assim posicioná-lo no caminho que o fará mudar o mundo, mesmo que o preço para isso seja caríssimo para o escritor.

Papum: Reler cada volume de "The Unwritten" para abordá-los aqui no blog não é obrigação alguma, mas sim um verdadeiro prazer. Mesmo já tendo conhecimento dos divertidos interessantes trilhados pelo enredo até agora, a releitura do título oferece insights curiosos e valiosos que ajudam em um compreendimento mais amplo da obra e, consequentemente, em um melhor proveito de sua leitura. E o que não falta ao arco "Dead Man's Knock" é justamente conteúdo e criatividade.

Começando de onde "Inside Man" havia nos deixado, Mike Carey abre "Dead Man's Knock" com o antecipado lançamento do novo livro de Tommy Taylor e eleva o jogo de sua obra ao flertar sobre as consequências do ato nos lados opostos de sua trama: previamente avisado sobre os planos da Cabala, o leitor acha que sabe o que está por trás do evento, e é aí que Carey mostra competência extrema ao adicionar um plot twist verdadeiramente eficaz e bem construído que tem consequências divertidas para nós e resultados importantíssimos dentro de sua história. Diversas coisas estão em jogo, e ao invés de a imagem de Tommy Taylor perder força com a farsa criada pela Cabala, ela é realçada através do plano do escritor Wilson Taylor, fazendo do trabalho de Carey algo realmente célebre: no auge de sua metalinguagem, Tommy Taylor torna-se uma figura messiânica dentro de seu enredo, e o ponto é crucial para entendermos o esquema que Carey traçara desde o começo de "The Unwritten". Ora essa, é na essência e poder das histórias que a obra é construída, algo que a Cabala usa há muitos séculos para descrever exatamente o caminho que a humanidade deve traçar a seu bel-prazer. Tommy Taylor é a arma fictícia criada por Wilson para combater tal inimigo, cujos membros agora se denominam "Unwritten". Nessa nota, é interessante saber que a tradução do título em português será "O Inescrito" quando deveria ser "Os Inescritos", já que adjetivos substantivados não recebem uma forma no plural no inglês, mas sim no português (por exemplo, "The Walking Dead", traduzido para "Os Mortos Vivos").

Sob um olhar estético de sua abordagem, "Dead Man's Knock" também é um marco para a série por mais uma vez ambientar perfeitamente suas personagens dentro do contexto histórico-narrativo onde estão inseridas. Se em "Inside Man" os quadros relativos à Segunda Guerra Mundial eram impressionantes, aqui Peter Gross faz bonito ao transportar Lizzie Hexam ao mundo dickensoniano de "Our Mutual Friend", construindo com competência o cenário necessário para seu foco com cores escuras e muitas hachuras. Igualmente feliz é a escolha de Carey de finalmente revelar a verdade sobre Lizzie ao construir um divertido capítulo "Pick-A-Story" que reflete muito bem a confusão de imagens da personagem ao mesmo tempo em que leva ao leitor um ar de inovação visto com raridade no mundo dos quadrinhos de hoje, que talvez havia visto tal inventividade bem empregada pela última vez no incrível Promethea, de Alan Moore. Por tudo isso, então, "Dead Man's Knock" é o melhor arco dos três já descritos aqui, e tenho fé que alguém da editora Panini possa acompanhar este blog para perceber o possível equívoco que eles estão prestes a realizar na tradução de seu título. Isso certamente seria bem legal.

Agora 'nuff said. Continuem a seguir o blog e até a próxima!

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In a nutshell:

- The Unwritten Vol. 3 - Dead Man's Knock -
Thumbs Up: ambientação perfeita para o andar da história; revelações cataclísmicas dentro do arco; desenvolvimento de personagens criativo e coeso; arte constantemente ascendente de Peter Gross; mais trechos dos livros de Tommy intercalados com os predicamentos de Tom;
Thumbs Down: -----

Um comentário:

  1. Olá Streampunk, tudo bem? Cara gostaria que vc me ajudasse a entender o arco da Lizie sobre a história dela. Estou meio perdido, pois em certas partes consigo encontrar a certa em outras não. Você pode me ajudar?

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