terça-feira, 23 de outubro de 2012

O Homem que Mudou o Jogo

Direção: Bennett Miller
Roteiro: Steven Zaillian e Aaron Sorkin
Elenco: Brad Pitt, Jonah Hill, Phillip Seymour Hoffman

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Yo! How's it going?

Hora de mais cinema aqui no blog Streampunk. Depois de escrever sobre o excelente "As Vantagens de Ser Invisível" (em cartaz no cinemas), trago a vocês "O Homem que Mudou o Jogo", película estrelando Brad Pitt que recebeu seis indicações ao Oscar deste ano, nelas incluídas as categorias de melhor filme, melhor ator principal (Brad Pitt) e melhor ator coadjuvante (Jonah Hill).

Plano de fundo: Billy Bean (Brad Pitt) é um ex-jogador de baseball que trabalha como gerente geral da equipe Okland Athletics. Depois de uma ótima temporada em 2001 com sua modesta folha de pagamento, o dirigente encontra um grande problema na reformulação de seu elenco para a temporada seguinte: suas maiores estrelas são negociadas com clubes maiores, e o orçamento dos Athletics continua mais uma vez reduzido.

Viajando pelo país em busca de bons negócios, Bean se depara com Peter Brand (Jonah Hill), um jovem recém-formado em economia na universidade de Yale que tem uma visão peculiar do esporte baseada em estatísticas, performances numéricas e projeções matemáticas. Acreditando piamente no trabalho de Brand, Bean inicia assim uma estratégia polêmica em sua equipe que pode simplesmente mudar a cara do baseball como um todo ou afundá-lo de vez em sua curta carreira.

Papum: Se há alguns que pensam que filmes cujo tema central é o esporte não têm muito mais a oferecer, fico feliz que "O Homem que Mudou o Jogo" tenha, trocadilhos a parte, realmente mudado tal cenário. Afinal, diferente do esperado, o longa não é a típica histórica de jogadores renegados que recebem mais uma chance, tampouco uma história de superação depois de obstáculos quase intransponíveis. "O Homem que Mudou o Jogo" trata de mentalidade esportiva em sua definição mais verdadeira, e o trabalho realizado por Bennett Miller com base no livro "Moneyball" (título do longa em inglês) é pontual e efetivo, digno de almejar premiações como de fato aconteceu.

Logo de início, somos apresentados à personagem Billy Bean através de focos faciais e trejeitos que começam a nos fazer entender sua personalidade. Quando entra em cena seu lado negociador, então, Brad Pitt dá vida à personagem de modo impressionante, e tem início aí uma jornada inesperada que o leva a encontrar um parceiro para mudar as estratégias de administração de sua equipe. Como em qualquer empresa ou mesmo clube esportivo, no entanto, mudar uma filosofia de trabalho estabelecida há tanto tempo não é fácil, e Bean encontra muitos percalços logo de cara. Traçando um paralelo com o cenário futebolístico brasileiro, são dinossauros de mentalidade atrasada que ainda imperam, servindo de bloqueio para que o esporte possa avançar e assim realmente melhorar. Brasileiros ou norte-americanos, dirigentes são irredutíveis em seus conceitos e ideias retrógradas, formando assim o primeiro e maior problema na reestruturação de um clube. Assim sendo, Bean tem que ser insistente e turrão para poder transmitir as ideias nas quais acredita, sendo forçado a eliminar algumas laranjas podres de seu grupo para poder de fato fazer com que seus subordinados comecem a acreditar em seu projeto. O que entra em cena, então, é o compromisso de dois homens com um ideia fixa e sua crença inabalável no que ela pode implicar, mesmo que sua base matemática e estatística seja caçoada por outros e seu trabalho quase ridicularizado.

Auxiliando Brad Pitt em seu caminho está Jonah Hill, ator cujo talento confessor nunca ter valorizado muito. Aqui, porém, não há como ignorar que há foco em seu trabalho ao invés da habitual verborragia irriquieta que o ator costuma demonstrar em quase todos os seus filmes, o que deve sim ser visto com bons olhos. Sua performance não chega a realmente justificar uma indicação ao Oscar, vejam bem, mas é bom saber como o ator pode render muito mais nas mãos de uma equipe mais competente. Somado a isso, Miller demonstra sensibilidade na interação de suas personagens e na montagem de uma trilha sonora eficaz e precisa para seu enredo, além de contar com uma edição verdadeiramente primorosa. Não é de se assustar, então, que o filme foi tão bem aceito lá fora, ainda mais por ser um retrato factual: não só Billy Bean é real como todos os jogadores mostrados já passaram pela MLB (Major League Baseball), ilustrando com verossimilhança a enorme façanha atingida pelo dirigente e seu time há quase uma década. Para saber mais sobre ela, no entanto, abro espaço para que assistam o filme e entendam por si só como é tentar mudar um esporte de dentro para fora, e o insight do mercado esportivo oferecido por "O Homem que Mudou o Jogo" é sem dúvida algo digno de ser observado.

Agora 'nuff said. Continuem a seguir o blog e até a próxima!

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In a nutshell:

- O Homem que Mudou o Jogo -
Thumbs Up: performances sólidas de Brad Pitt e Jonah Hill; focos faciais de grande expressão e diálogos estruturados; edição e montagem extremamente coerentes; trilha sonora sutil, mas pontual; propósito do filme alcançado com maestria;
Thumbs Down: ----- 

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